A conquista do Campo Central é uma das mais importantes novidades do Festival de Cultura do Paraná 2009
Por Carolina Goetten
Se o Festival de Cultura do Paraná propõe-se a democratizar a cultura, a conquista de um espaço territorial para sediar as manifestações artísticas que seja de fácil acesso para o maior número possível de cidadãos é decisivo para tornar concreta a defesa da arte como direito humano. Nessa linha, a região-sede do Festival é uma das principais novidades em 2009: antes realizado no campus Politécnico, agora vai ocupar o chamado Corredor Cultural, na região central de Curitiba. Essa área reúne boa parte dos equipamentos culturais da cidade e um grande fluxo de cidadãos. É uma ótima oportunidade para contagiar Curitiba com arte, som e cor.
Gustavo Guedes de Castro, do coletivo Soylocoporti, uma das entidades organizadoras do Festival de Cultura do Paraná, explica que centralizar territorialmente as atividades é fundamental para expandir e pluralizar seu acesso. “No Politécnico, apesar da ampla divulgação, a maioria dos que frequentavam eram estudantes da UFPR. Como o centro recebe diariamente um grande fluxo de pessoas, principalmente trabalhadores, será possível diversificar o público”, expõe Gustavo.
Os espaços das atividades vão formar um corredor entre a Reitoria da UFPR, a Praça Santos Andrade e o Largo da Ordem. Essas áreas irão integrar-se pela ocupação de ruas, esquinas e calçadões, num contínuo espetáculo gratuito de muita diversidade artística. “São espaços que também recebem linhas de ônibus importantes da cidade, que se direcionam até à região metropolitana. Trabalhadores dos mais diversos bairros curitibanos poderão saborear um teatro ou uma apresentação musical a caminho de casa”, aponta Gustavo.
A organização firmou parcerias com os espaços culturais localizados no centro, para garantir mais locais para exposições e apresentações. Além disso, o apoio da Fundação Cultural também assegura que os tradicionais espaços artísticos da região integrem as atividades programadas, como a Casa Hoffman, o cine Luz e o Conservatório de MPB.
Devido ao grande número de inscritos, os espaços e a grade de programação serão organizados com o intuito de contemplar todos os grupos nos três dias de duração do evento. O Festival pretende mostrar ao máximo possível de cidadãos a grande diversidade cultural que inunda o Estado do Paraná – e, principalmente, integrar ao grupo dos consumidores de cultura todos os que são excluídos do mundo artístico por um sistema que ignora que acesso à arte é uma necessidade básica, tanto quanto alimentação ou moradia.