Representantes de pontos e entidades culturais da região oeste do Paraná participaram do seminário de formação do Ciclo Paranaense de Cultura Digital, que aconteceu nos dias 16 e 17 de setembro, em Foz do Iguaçu. Debates sobre a Conferência e o Sistema Nacional de Cultura, capacitação para gestão de projetos e formação em produção audiovisual e blogs movimentaram os dois dias de encontro entre pontos e entidades culturais da região.
O vice-prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, o presidente da Fundação Cultural, Rogério Bonatto, e o diretor de Cultura da Fundação, Juca Rodrigues, participaram da abertura, que teve seqüência com a primeira mesa de debates, sobre políticas culturais e cultura digital. Para discutir o tema, foram convidados a representante do Ministério da Cultura, Patrícia Del Claro, do Coletivo Soylocoporti, Gustavo Guedes Castro, e da Fundação Cultural de Foz, Juca Rodrigues. Destacando o papel das novas tecnologias da informação, Patrícia afirmou que hoje não basta produzir cultura, é fundamental difundí-la. “A ideia da cultura digital é que os próprios fazedores de cultura possam contar suas histórias, registrando e disseminando suas ações. Em resumo é necessário interagir, acessar e produzir conteúdos”definiu.
Ao final das discussões, foi retirada a proposta da criação de uma articulação entre os pontos de cultura do oeste do Paraná, com o objetivo de trocar experiências e dúvidas. Paulo Blogger, do Ponto de Cultura Arte para um Mundo Melhor, acredita que dessa forma os pontos já existentes e os aspirantes poderão incrementar seus trabalhos e se desenvolver a partir das aptidões coletivas. De acordo com ele, “o programa Cultura Viva é um divisor de águas, na medida em que propicia toda essa integração e possibilidade de crescimento”.
Mesa sobre Conferência e Sistema Nacional de Cultura
Na parte da tarde aconteceu a segunda mesa de debates, com o diretor de cultura da Fundação Cultural, Juca Rodrigues, o jornalista da Quixote Art, Luciano Lacerda, o vereador de Foz, Nilton Bobato, e o representante do Soylocoporti, Marco Amarelo Konopacki. Foi destacada a proposta do Sistema Nacional de Cultura e seu diálogo com os estados e municípios e a criação do Fundo Nacional de Cultura. Juca Rodrigues afirmou que anteriormente havia uma sensação entre os gestores de exclusão dos processos nacionais, mas que o processo hoje é distinto. “O sistema está me chamando para participar, através das conferências e discussões. Por isso cabe ao artista e militante se inserir. Se queremos mudanças, temos que fazer parte delas”, acredita.
Nesse intuito, foi destacada a importância de ocupar os espaços gerados pelas etapas da Conferência de Cultura, discutindo proposições que estejam vinculadas ao interesse público. “Temos uma responsabilidade histórica, pois vivemos um contexto favorável a mudanças. Somos poucos mas somos suficientes”, concluiu o vereador Bobato.
Logo em seguida ocorreu a oficina de gestão de projetos, também com Luciano Lacerda. Os convênios e suas exigências, as leis de incentivo à cultura, a captação e prestação de contas dos pontos de cultura estiveram em voga. Lacerda enfatizou a concepção de que a cultura é uma ferramenta que supera os nossos anseios artísticos individuais. “Ela tem um caráter emancipatório, por meio da provocação e transformação social, e não apenas pelo seu carater estético”, afirma.
Debate da rede de pontos
E, para fechar o dia, houve o debate da rede de pontos de cultura. Sob a coordenação do Pontão Kuai Tema, foram debatidas estratégias de ação conjunta e formas de potencializar o desenvolvimento e alcance das iniciativas dos atores. Para Marco Amarelo, “a produção da cultura e sua valorização são fundamentais. Porém, a organização e ação coletivas podem fomentar o crescimento e incrementar os projetos, aumentando o impacto nas comunidades”.